Módulo 2: Dicas Práticas para Introduzir e Acolher uma Criança Cega numa Instalação Desportiva
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Módulo 4: Métodos de orientação para CCDV durante atividades desportivas
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Módulo 9: Referências Adicionais & Recursos
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Questionário Final
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Curso MOOC para Promover o Desporto e a Abordagem ao Movimento em Crianças com Deficiência Visual

TÉCNICAS DE CORRIDA

Métodos de Orientação para Crianças com Deficiência Visual (CCDV)

Correr pode ser uma atividade incrivelmente fortalecedora para crianças com deficiência visual. Para garantir a segurança, eficiência e diversão, foram desenvolvidos vários métodos de orientação, cada um adequado a diferentes cenários e necessidades individuais.

1. Método de Orientação Verbal

Durante a corrida, o atleta pode ser guiado por outra pessoa (chamada “atleta guia“), seja por uma corda ou através de comandos verbais.

O método de orientação verbal é preferível para conduzir o atleta em distâncias muito curtas. Por exemplo, é o método ideal para orientar o atleta durante os aquecimentos ou exercícios de treino (como joelhos altos, pontapés no rabo, etc.), uma vez que permite uma maior liberdade de movimentos. Este método de orientação também pode ser utilizado quando o atleta realiza sprints curtos a alta velocidade, como durante o treino de partida.

Antigamente, este método também era utilizado nas corridas de velocidade, mas caiu em desuso porque exigia que o público permanecesse em silêncio durante toda a corrida, permitindo ao atleta perceber a posição do guia. Portanto, o método de orientação amarrado é agora o preferido, uma vez que é o método oficialmente reconhecido a nível de competição internacional.

Por fim, o atleta pode também correr sem guia, utilizando uma linha de corrida.

Como fazê-lo na prática

O guia posiciona-se no final do segmento curto de corrida e fornece feedback verbal constante para orientar o atleta.

2. Método de Orientação Amarrada

A corda é um método de orientação prático e seguro para guiar uma pessoa com deficiência visual durante uma corrida, tanto a nível recreativo/amador como em desportos de competição. É também o método de orientação oficialmente reconhecido nas regulamentações internacionais de atletismo paralímpico para atletas com baixa visão residual.

Apresentaremos agora o regulamento para os desportos de competição; no entanto, seguiremos uma secção com dicas sobre como utilizar este método facilmente em ambientes escolares e amadores.

Método de orientação amarrado: regulamentos para desportos competitivos

Relativamente à utilização do cordão em competições para atletas com deficiência visual, o regulamento da WPA (World Para Athletics) específica que:

  • Uso da corda: O uso da corda ligando o guia e o atleta com deficiência visual é permitido durante as corridas. A corda deve ter um comprimento e material que garantam a segurança e a coordenação entre o atleta e o guia, sem proporcionar uma vantagem indevida.
  • Posição do guia: O guia deve correr ao lado do atleta com deficiência visual e não o pode ultrapassar durante a prova.
  • Substituição da guia: Em algumas competições é permitida a troca de guia entre as diferentes fases da corrida, desde que seja realizada em zonas designadas e de acordo com as regras estabelecidas.
  • Material e comprimento: A corda deve ser feita de material não elástico e não deve armazenar energia e/ou oferecer ganho de rendimento ao atleta. Deverá ser constituído por duas pegas de retenção fechadas e uma secção intermédia com um batente fixo de 1 cm de comprimento em cada extremidade. Para provas de pista, o comprimento máximo entre os dois pontos mais afastados do laço de retenção na extensão total da corda não deve exceder 30 cm. Para eventos de estrada, o comprimento máximo entre os dois pontos mais afastados do laço de retenção na extensão total da corda não deve exceder 50 cm.

Consulte a imagem explicativa para obter um guia visual sobre como criar uma corda que esteja em conformidade com os regulamentos internacionais de competição:

Material e comprimento da corda

Quem pode utilizar o método de guia amarrado, de acordo com a regulamentação WPA?

  • T11: Atletas totalmente cegos que precisam sempre de um guia durante as corridas.
  • T12: Atletas com baixa visão, com acuidade visual entre 1.50 e 2.60 logMAR (aproximadamente 0.3/10 a 0.025/10) e/ou campo visual restrito a um diâmetro inferior a 10°. O uso de um guia é opcional.

Os atletas classificados como T13 apresentam melhor visão residual (acuidade visual entre 1.40 e 1.00 logMAR, aproximadamente 0.4/10 a 1/10) e/ou campo visual com diâmetro inferior a 40°. Para estes atletas, o uso de trela não é permitido em nenhuma modalidade.

Assim sendo, de acordo com a regulamentação internacional, os atletas T11 e T12 estão autorizados a correr com uma corda, enquanto os atletas T13 não podem utilizar um guia durante as competições.

Como fazer em ambiente escolar ou recreativo/amador

  • Um cordão básico pode ser facilmente feito utilizando materiais reciclados, como um cordão de crachá. O segredo está em usar um material forte, mas fácil de manusear, que não seja elástico e não corra o risco de se partir durante a corrida.
  • Medições precisas não são essenciais; no entanto, é recomendável não utilizar amarras excessivamente compridas, pois dificultam que o guia oriente com precisão as crianças com deficiência visual. Um comprimento máximo de 30 cm seria o ideal.

3. Linha de corrida

Um terceiro método de orientação que permite ao atleta correr de forma independente, sem depender de um guia (seja por voz ou corda) é a linha de corrida. Este método implica a utilização de uma corda ou cordão esticado entre dois pontos fixos, ao longo dos quais o atleta pode correr mantendo o contacto manual, garantindo a direção e segurança durante a atividade.

Embora não seja um método oficialmente reconhecido para competir a nível internacional, é uma forma eficaz de ajudar as crianças a familiarizarem-se com a velocidade de corrida de forma independente e a treinar a sua técnica de corrida.

Ao construir uma linha de corrida, podem ser utilizados materiais reciclados. O vídeo mostra uma linha de corrida feita com cordas de escalada e um bastão de estafetas de atletismo.

Neste modelo de linha de corrida, a criança pode correr segurando o bastão para uma maior sensação de segurança ou segurando a corda de corrida, o que permite o movimento correto dos membros superiores:


Como fazer na Escola?

TEstas técnicas podem ser adotadas facilmente na escola: uma corda simples segura por duas pessoas pode ser utilizada como corda de corrida improvisada durante as aulas de educação física ou no recreio.

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